Túnel do Tempo #2 - James Brown


Já faz muito tempo que eu começei com essa seção aqui no blog mas não dei continuidade. Estou de volta! E agora para ficar, pois tem tantos artistas bons que já se foram, ou aqueles que não fazem mais sucesso.

Hoje o escolhido foi James Brown. Vocês não tem noção de como esse homem é bom! Alguns podem até dizer: "Caramba, música velha!!", mas não dizem que "panela velha é que faz comida boa"? Se isso for mesmo, James Brown era o chef de cozinha. Confiram só!

James Joseph Brown ou simplesmente James Brown nasceu em Barnwell no dia 3 de Maio de 1933, foi um cantor, compositor e produtor musical norte-americano reconhecido como uma das figuras mais influentes do século XX na música.Que já vendeu pouco mais que 100 milhões de albuns. Como um prolífico cantor, compositor, dançarino e bandleader, Brown foi uma força fundamental na indústria da música. Deixou sua marca em diversos artistas ao redor do mundo, influenciando até mesmo os ritmos da música popular africana, como o afrobeat, juju e mbalax, e forneceu o modelo para todo um subgênero do funk, o go-go.

Brown começou sua carreira profissional em 1956 e fez fama no fim da década de 1950 e começo da década de 1960 com a força de suas apresentações ao vivo e várias canções de sucesso. Apesar de vários problemas pessoais, continuou fazendo sucesso durante os anos 80. Além de sucesso como músico, Brown também teve presença nas questões políticas dos Estados Unidos durante os anos 60 e 70.
Brown foi conhecido por inúmeros apelidos, incluindo "O Padrinho do Soul", "Rei do Soul" e "Máquina do Sexo" (que é o nome de uma das suas músicas).



Brown e sua família viviam em extrema pobreza. Quando Brown tinha dois anos de idade, seus pais se separaram depois que sua mãe deixou seu pai para ficar com outro homem. Depois que a mãe abandonou a família, Brown continuou a vier com seu pai até a idade de seis anos. Depois desse período, Brown e seu pai se mudaram para Augusta (Geórgia). Seu pai entregou Brown para uma tia, que administrava uma casa de prostituição. Embora Brown vivesse com parentes, passou longos períodos a própria sorte, perambulando pelas ruas.

Durante sua infância, Brown ganhava dinheiro engraxando sapatos, vendendo e trocando selos, lavando carros e louças além de cantar em concursos de talentos. Brown também fez shows para as tropas de Camp Gordon no começo da Segunda Guerra Mundial pois os comboios viajavam por uma ponte próxima à casa de sua tia. E assim, ganhando dinheiro nestas aventuras, Brown aprendeu a tocar gaita dada ele por seu pai. Tampa Red, famoso músico americano e que estava namorando uma das meninas da casa de sua tia, ensinou Brown a tocar guitarra; além disso, aprendeu com outros músicos a tocar piano e bateria. Brown quis se tornar artista após assistir Louis Jordan, um popular músico de jazz e R&B, se apresentado nos anos 40 com sua banda Tympany Five em um curta chamado "Caldonia".

Brown começou a praticar crimes em Augusta e na idade de 16 anos foi condenado por assalto a mão armada e enviado para um centro de detenção juvenil em Toccoa em 1949. E enquanto estava na escola reformatória, conheceu Bobby Byrd, que viu Brown se apresentar na prisão. A família de Byrd ajudou em sua soltura antecipada após cumprir três anos de sua sentença. Após tentar o boxe e ser arremessador em um time semi-profissional de beisebol (uma carreira interrompida por uma lesão na perna), Brown focou toda sua energia na música.

A carreira de Brown atravessou décadas e influenciou profundamente o desenvolvimento de diferentes gêneros musicais. Brown se apresentou em concertos, primeiro na região Sul dos EUA, depois por toda a América e então pelo mundo todo, além de se apresentar em shows de televisão e filmes. Embora tenha contribuído com o mundo musical por seus vários sucessos, Brown tem o título de artista que mais colocou singles nas paradas da Billboard Hot 100 sem nunca atingir o número um desta parada.

Em 1955, Brown e a irmã de Bobby Byrd, Sarah se apresentaram em um grupo chamado "The Gospel Starlighters". Eventualmente Brown se juntava ao grupo vocal de Bobby Byrd, the Avons, e Byrd transformou o som do grupo em secular rhythm and blues (R&B). Após o nome do grupo ter sido mudado para The Flames, Brown e o grupo de Byrd foram para o Sul, o chamado "chitlin' circuit". O grupo então assinou um contrato com o selo Federal Records de Cincinnati; selo do mesmo grupo da King Records.

A primeira gravação do grupo foi o single "Please, Please, Please" em 1956. O single atingiu o número 5 da parada R&B, vendendo mais de um milhão de cópias. Brown retornou as paradas em 1958 com o sucesso "Try Me". Este single foi o mais vendido entre os discos de R&B do ano, e se tornaria o primeiro de 17 canções que atingiriam o topo da parada R&B pelas próximas duas décadas. No lançamento de "Try Me" em disco, o nome do grupo passou a ser James Brown and The Famous Flames.

Durante a metade dos anos 60, duas canções de Brown "Papa's Got a Brand New Bag" e "I Got You (I Feel Good)", ambas de 1965, foram sucessos tantos nas paradas pop como nas paradas R&B, sendo os singles mais vendidos por mais de um mês. Em 1966, "Papa's Got a Brand New Bag" venceu o Grammy na categoria "Melhor Gravação de Rhythm & Blues". Brown continuou ganhando fama com aparições em filmes como Ski Party e The T.A.M.I. Show, no qual ele e os Famous Flames (Bobby Byrd, Bobby Bennett e "Baby Lloyd" Stallworth) subiam ao palco com os The Rolling Stones.

As mudanças no estilo de Brown que começaram com "Cold Sweat" também estabeleceram os fundamentos de outros sucessos de Brown, como "I Got the Feelin'" (1968) e "Mother Popcorn" (1969). Nesta época os vocais de BRown frequentemente tomavam a forma de um tipo de declamação rítmica, nem totalmente cantada nem totalmente falada. Isto se tornaria uma grande influência nas técnicas de fazer rap das décadas vindouras.

Brown experimentou um ressurgimento durante os anos 80, aparecendo em filmes como The Blues Brothers, Doctor Detroit e Rocky IV, assim como uma participação especial em Miami Vice no episódio "Missing Hours" (1988). Também gravou Gravity, um álbum tanto quanto popular, lançado pela Scotti Bros., e o single de 1985 "Living in America", que fazia parte da trilha-sonora do filme Rocky IV. Em 1987, Brown venceu o Grammy por Melhor Vocal Masculino de R&B por "Living in America". Brown ainda colaborou com o artista de hip-hop Afrika Bambaataa no single "Unity".

Depois de uma temporada na prisão no fim dos anos 80, Brown lançou o álbum Love Overdue com um novo single "Move On". A Polydor também lançou em 1991 um box com quatro CDs chamado Star Time. Quase todos os discos de James foram relançados em CD, sempre com faixas adicionais e comentários de especialistas.

Apesar de alguns problemas com a lei, James continuou a se apresentar e gravar regularmente, e fez aparições em programas de televisão, filmes como Blues Brothers 2000 e eventos esportivos.

Por muitos anos, os shows da turnê de Brown eram as mais extravagantes produções na América. Na época de sua morte, sua banda incluía três guitaristas, dois baixistas, dois bateristas, três na sessão de sopro. Brown empregava entre 40 e 50 pessoas para a turnê James Brown Revue, que chegava a 330 shows por ano.

As apresentações de James Brown eram famosas pela intensidade e duração. Seu objetivo pessoal era "dar as pessoas mais do que elas vieram buscar — fazê-las cansar, porque é para isso que elas vieram.'" O repertório dos shows consistia em sua maioria de seus próprios sucessos e canções mais recentes, com algumas covers. Brown dançava vigorosamente enquanto cantava, fazendo passos de dança, entre eles o famoso Mashed Potato. Além disso, os músicos e cantores de apoio (The Famous Flames) apresentavam danças coreografadas, e nas últimas apresentações, a turnê incluía dançarinos. Brown exibia roupas extravagantes e cabelos perfeitamente cortados que completavam o visual.

 Uma das marcas registradas dos shows de James era que durante a canção "Please, Please, Please", Brown caía de joelhos enquanto segurava o microfone, enquanto o MC jogava uma capa sobre seus ombros e o escoltava para fora do palco enquanto os Famous Flames continuavam cantando "Please, please don't go-oh-oh". Brown então tirava a capa e entrava novamente no palco para o encerramento. Esta "encenação" foi repetida muitas vezes e pode ser vista durante os créditos finais de Blues Brothers 2000. E se você se lembrar bem,  no filme "Mudança de Hábito 2" a atriz Whoopy Goldberg fazendo essa mesma cena no palco com as freiras, e quem também tem o hábito de ver o seriado "Eu, a Patroa e as Crianças" também teve a oportunidade de ver a Jay representando o mesmo papel. Veja o vídeo do Mr. James Brown:


Brown exigia extrema disciplina, perfeição e precisão de seus músicos e dançarinos — inclusive durante os ensaios para as turnês, as pessoas deveriam usar o mesmo "uniforme" ou "vestimenta" que usariam durante os shows. Durante uma entrevista conduzida por Terri Gross durante o segmento "Fresh Air" da rádio NPR, Maceo Parker, um antigo saxofonista da banda de Brown durante os anos 60, 70 e 80 contava sua experiência em relação as exigências que Brown fazia da banda: "Você tinha que ser pontual. Tinha que ter seu uniforme. Suas coisas tinha que estar intactas. Tinha que ter sua gravata borboleta. Você tinha que tê-la. Você não podia aparecer sem a gravata borboleta. Os sapatos deveriam estar engraxados. Você tinha que ter suas coisas. Isto é o que Brown esperava."

Brown tinha outras regras em relação a sua banda, inclusive com aplicação de multas a quem quebrasse suas regras como calçar sapatos não engraxados, dançar fora da sincronia e entrar atrasado no palco.  Durante algumas de suas apresentações, Brown dançava em frente a sua banda com as costas voltadas para a plateia enquanto deslizava pelo palco, fazendo sinais com as mãos e dedos na batida da música. Embora a plateia pensasse que isto fazia parte da dança, esta prática na verdade tinha o intuito de apontar o membro da banda que tinha tocado ou cantado fora do tom ou cometido outra infração. Brown usava sinais com as mãos para alertar o músico que teria que pagá-lo por quebrar suas regras. O cara era bom mesmo!!!

No fim de sua vida, James Brown vivia em Beech Island, Carolina do Sul. James Brown foi diagnosticado com diabetes no estágio inicial de sua vida e foi também diagnosticado com câncer de próstata, que foi tratado cirurgicamente com sucesso. Apesar de sua saúde, Brown mantinha sua reputação como o "homem que mais trabalhava no show business" mantendo-se com sua agenda esgotante.

Brown foi casado quatro vezes e teve cinco filhos, e seus filhos lhe deram oito netos e quatro bisnetos.Sendo que seu filho mais velho, Teddy morreu em um acidente de carro em 14 de Junho de 1973. Um artigo de 22 de Agosto de 2007 publicou que Brown era pai de pelo menos mais três filhos ilegítimos.

Em 23 de Dezembro de 2006 foi ao Hospital Crawford na Universidade de Emory em Atlanta em 24 de Dezembro de 2006 para uma avaliação médica de suas condições, e deu entrada neste hospital para observação e tratamento. De acordo com Charles Bobbit, amigo e agente de longa data, Brown tinha estado doente e com tosse desde de seu retorno de uma viagem a Europa em Novembro. Bobbit acrescentou que era característico de Brown nunca contar ou reclamar a alguém sobre estar doente, inclusive durante shows.
Para as celebrações de Ano Novo, Brown estava agendado para se apresentar no Teatro Count Basie em Nova Jérsei e no B. B. King Blues Club em Nova Iorque, além disso faria uma apresentação ao vivo na CNN no programa especial de fim de Ano de Anderson Cooper. No entanto, Brown permaneceu internado e seu estado de saúde piorou ao longo desse dia.
Em 25 de Dezembro de 2006, Brown morreu aproximadamente a 1:45 da manhã insuficiência cardíaca resultante de complicações da pneumonia, estando ao seu lado, seu agente Frank Copsidas e seu amigo Charles Bobbit. De acordo com Bobbit, Brown proferiu as palavras "Estou indo embora esta noite".

Durante a 49º edição do Grammy Awards que aconteceu em 11 de Fevereiro de 2007, a famosa capa de James Brown foi colocada sobre um microfone por Danny Ray (seu M.C. por mais de 30 anos). Durante o mesmo evento, Christina Aguilera cantou um dos sucessos de Brown, "It's a Man's Man's Man's World". Confira aqui, a minha DIVA arrebentando, e prestem atenção na cara do ator Jamie Foxx quando a apresentação acaba...


Quatro dos álbuns de James Brown aparecem na lista de 2003 da revista Rolling Stone, os 500 maiores álbuns de todos os tempos:
  1. Live at the Apollo (1963)
  2. In the Jungle Groove (1986)
  3. Star Time (1991)
  4. 20 All-Time Greatest Hits! (1991)
Além disso, o álbum duplo de 1970 Sex Machine ficou na 96ª posição da lista dos 100 maiores álbuns de todos os tempo apresentada pelo canal britânico Channel 4. Outros álbuns de Brown assim como de sua banda, The J.B.'s serviram de fonte para milhares de samples, incluindo:
  1. Get On the Good Foot (1972)
  2. The Payback (1974)
  3. Hell (1974)
O disco duplo de 1968 Live at the Apollo, Vol. II foi notavelmente influente para os músicos de sua época e permanece como um exemplo clássico de energia e interação com a platéia, assim como um documento vivo da transformação de sua música do R&B para o funk.

Até o começo dos anos 70, Brown era famoso muito mais pelos seus shows e singles, do que pelos seus álbuns (seus LPs ao vivo eram uma exceção). Seis dos seus singles aparecem na lista de 2004 da revista Rolling Stone, as 500 maiores canções de todos os tempos:
  1. Papa's Got a Brand New Bag (1965)
  2. I Got You (I Feel Good) (1965)
  3. It's a Man's Man's Man's World (1966)
  4. Please, Please, Please (1956)
  5. Say It Loud - I'm Black and I'm Proud (1968)
  6. Get Up (I Feel Like Being a) Sex Machine (1970)
Espero que todos tenham gostado, apesar do texto ter ficado enormeee, mas foi por um motivo muito justo. Comentem e me digam o que gostam, o que curtem, que músicas influenciam sua vida. Vale de tudo tá!

XOXO,

3 comentários

Juh Oliveto disse...

AMEI seu post!
James Brown é sensacional, tem cada música ÓTIMA e com certeza merece estar entre os melhores de todos os tempos *-*

MUITO bom mesmo, parabéns!

Beijocas!
Juh Oliveto
Livros & Bolinhos ~

Cacá SS disse...

Adoro o James Brown!!! Na verdade amo essas 'músicas velhas'. Muito melhor que muita coisa de hoje em dia! rss
Beijos

Niii disse...

Amooooooo o James *intima*
Adorei a Tag Lisse
Xeroooooooo!

nii
faz parte...