Entrevistando...

Minhas ideias loucas não param de surgir. E tive uma semana passada, deu uma louca em mim e quis muito ter uma entrevista aqui no LFM. "Mas sobre o que? Sobre quem?", pensei. Aí fui visitar meus blogs favoritos e babar as entrevistas delas e a ideia que eu queria veio.... como que do além (brincadeira, acho que sempre foi um desejo meu realizar isso).

Lembrei das minhas blogueiras favoritas e seus blogs perfeitos. Percebi que muitas delas são mulheres jovens, muito inteligentes e que precisam ser valorizadas pelo que fazem. Eu como blogueira sei como é difícil manter o que vocês estão vendo, como precisamos de tempo - que na verdade não existe. Então porque não entrevistar essas pessoinhas maravilhosas que fazem nossos dias ficarem mais sorridentes e completos. E assim surgiu o Entrevistando...





Minha convidada de hoje está "perdida" por aí. Alguém a viu? Há quase dois anos perdida em meio à letras, editoras, resenhas, escritores e muitos muitos livros, seu site/blog tem por nome Lost In Chick Lit, é a pioneira do gênero no Brasil. Tem 24 anos, nasceu no dia 15 de outubro, é casada, geografa por profissão e mora em Florianópolis (SC). Adorei tê-la escolhido como minha primeira entrevista, acho que não tinha escolha melhor a fazer, mas sei também que tem muitas garotas boas por aí, fazendo excelentes trabalhos. Começou tímida, falando um pouco de si, do que gostaria de fazer, do que lhe interessava, mas conquistou seu espaço, e permanece nele até hoje. Com mais de 270 posts, 4 mil seguidores, 10 colunas, não é à toa que Lost continua sendo um sucesso. Então, vamos à nossa convidada.




Clarisse: Conte-nos um pouquinho quem é a Julianna Steffens.

Julianna: Deixei para responder essa pergunta por último porque a considero a mais difícil. Mas vamos lá: Tenho 24 anos, nasci no dia dos professores. sei tudo que você pode imaginar sobre mapas, terremotos, tornados, relevo e Marx. Alías, acho que sou a única que fica feliz quando um ciclone extratropical passa por Santa Catarina (desde que não machuque ninguém, claro!). Tenho uma capacidade imensa de gravar coisas inúteis no meu cérebro, principalmente musicas toscas e nomes de atores desconhecidos. Adoro rock, mas sou bastante eclética, da mesma forma que sou com livros. Amo uma boa comédia romântica, mas sou viciada em uma boa ficção cientifica, suspense ou ação. Já fui CDF, mas hoje definitivamente sou Nerd com orgulho (tanto que conheci meu marido jogando mmorg na internet). Considero que ficar sem internet é como ficar sem luz, desesperante. Assisto mais seriados do que consigo acompanhar. Minha tv liga no Discovery Channel e muitas vezes não sai dele. Adoro dar uma volta no shopping, mas sempre acabo comprando apenas livros ou dvds. Prefiro aprender de maneira autodidata do que ir para uma sala de aula. Bebo com moderação, mas não dispenso uma marguerita (ou um vinho tinto bem doce). Meus únicos vícios – além dos livros e dvd’s – é coca-cola, da qual juro que se ficar 1 dia sem sinto crise de abstinência. Sou naturalmente empolgada e aprecio o bom uso do humor, mas se você tentar usar a minha santa ironia só para posar de inteligente fique sabendo que comigo não cola. Se você quer me impressionar, não banque o pseudo-cult, basta ganhar de mim no Guitar Hero =x



Clarisse: Como surgiu a ideia de criar o LOST IN CHICK-LIT? Fale-nos sobre as dificuldades que enfrentou e qual é a importância dele na sua vida.

Julianna: O Lost surgiu  de um momento tédio. Eu tinha acabado de entregar o meu TCC e não tinha mais nada pra fazer até a formatura (que foi um saco by the way). Sempre amei ler e não me conformava em  não existir um único lugar na internet brasileira sobre a literatura conhecida como Chick Lit.  Criei o blog  para compartilhar minhas opiniões e empolgação sobre o que lia. E a partir daí a coisa foi evoluindo, crescendo e atingindo proporções que eu nunca imaginaria. Sobre a importância, pense só no vicio? Não consigo ficar um dia sem entrar no computador, muito menos longe do Lost.



Clarisse: Já teve algum blog/site antes do LOST? Quando começou a resenhar achou dificil?

Julianna: Não, o Lost é o meu primeiro blog, mas antes de criá-lo passei uma semana estudando e aprendendo sobre a plataforma para colocá-lo no ar. Quando criei o Lost eu estava me formando na Universidade (em Geografia na UDESC) e quando você tem que fazer uma resenha por semana de textos que vão de Marx à Castoriadis, fazer resenhas de chick lit é incrivelmente mais simples.



Clarisse: Em 2010, o site faz 2 anos no ar. Mudaria alguma coisa ou acrescentaria algo?

Julianna: Agora que o layout dos meus sonhos está pronto, acho que não mudaria nada drasticamente. Gostaria de ter mais tempo para pesquisa e colocar no ar mais posts do We Love! por exemplo (eles demandam muito tempo). Tenho idéias para outras seções, mas isso também é para o futuro.



Clarisse: Na presente data, são mais de 4 mil seguidores, 20 parcerias com editoras, 72 parcerias com blogs/sites, resenhas incríveis e posts lotados de comentários. Teria alguma coisa que você ainda não alcançou mas gostaria de alcançar?

Julianna: Nossa você contou tudo? Eu nunca tinha me dado o trabalho =x
Acredito que gostaria de transformar esse hobby em profissão. Sempre quis fazer jornalismo, mas acabei caindo de pára-quedas na geografia e me forcei a terminar, o que foi um erro crasso. Provavelmente eu volto esse ano, ou no próximo para as salas de aula!



Clarisse: Você afirmou que sua vida daria um chick-lit. Está pensando em escrever algo e concretizar a possibilidade de publicá-lo? Pode dividir isso com agente?

Julianna: Tenho pensado sim, não apenas um. Minha cabeça está cheia de ideias para pelo menos 3 ou 4 livros, só me falta a coragem para começar. É o tipo de coisa que eu viajo pensando durante o banho, depois anoto numa agendinha, mas sentar para desenvolver ainda não fiz.



Clarisse: Porque os chick-lit moldaram que você é?

Julianna: Porque me ensinaram que ao mesmo tempo que devemos sonhar com nossos príncipes encantados devemos manter o pé no chão. Não existe fonte melhor para entender as neuroses, a impaciência e a enrolação masculina do que num chick lit. Isso se só pensarmos no quesito amoroso, mas funciona da mesma maneira para várias outras coisas, como emprego, família e maternidade. Acredito que cada livro que você lê se torna uma pequena parte – voluntaria ou involuntária – do seu ser.



Clarisse: Qual a maior felicidade que o LOST já lhe deu? E porque?

Julianna: Não consigo contabilizar qual foi a maior felicidade, porque elas acontecem o tempo todo, pode ser um tweet, um comentário, um email, uma nova amizade da mesma forma que uma super entrevista, ou receber um livro autografado com carinho por um autor que você deseja conhecer, ou saber que mais alguém se sentiu da mesma maneira que você ao ler a mesma passagem de um livro. É muito subjetivo.



Clarisse: Cite 5 livros que você sempre recomenda.

Julianna: O Diário de Bridget Jones, Todo garoto Tem, Ferias!, O Clube das Chocolatras e Derby Girl....



Clarisse: Quantos livros existem na(s) sua(s) estante(s)? Algum livro te marcou profundamente? Qual e porque?

Julianna: Segundo o meu skoob (quase preciso) tenho 324 livros sem contar os técnicos ou de geografia.

Como já comentei, acho que todo livro te marca de alguma forma, alguns mais outros menos. Costumo dizer que O Diário de Anne Frank marcou a minha entrada para um mundo adulto, em que existem crueldade, morte, preconceito e tristeza, por ter se tratado do primeiro livro verídico e triste que li na minha vida, eu tinha 11 anos. Já na leitura de O diário de Bridget Jones brinco que encontrei minha casa, mesmo que na época eu não tenha pensado que escreveria sobre o assunto ou algo do gênero. Mas na realidade tenho tantos sentimentos para tantos livros que poderia escrever um livro sobre isso. Da primeira vez que li Marx, Austen, Dumas, Wilde, King...



Clarisse: As parcerias nos ajudam e também nos mostram que fazemos um trabalho muito importante; que alguém o valoriza. Qual foi sua primeira parceria? E como você reagiu?

Julianna: Foi totalmente por acaso, recebi um email da Editora Planeta perguntando se eu gostaria de receber alguns livros para ler e resenhar, além de fazer promoções. O Lost era super pequeno na época e eu fiquei abismada.



Clarisse: Os pais são peças fundamentais para nos levar nesse caminho da imaginação. Teve algum incentivo dos seus pais para a leitura? Como foi seu contato com a literatura na infância e adolescência? Gostava de ler? Qual a contribuição da sua família para o LOST?

Julianna: Quando eu nasci meu pai trabalhava em uma livraria, então desde pequena nasci rodeada de livros, tanto adultos quando infantis. Adorava a coleção Dó-Ré-Mi-Fá da Atica e meus pais viviam lendo para mim. Foi algo bastante natural, toda a minha família (principalmente a do meu pai) tinham estantes gigantescas de livros. Então cresci lendo, muitas vezes de maneira precoce, de tudo. De revista MAD à enciclopédia, de gibis da Mônica aos clássicos. Além disso, graças a deus, sempre que eu pedia – principalmente nas épocas de vacas magras quando eles não podiam comprar muitos livros - meus pais me levavam em todas as bibliotecas para pegar livros. Aos 8, eu já tinha ficha em todas daqui de Floripa, e as vezes pegava os 5 livros da minha e os 5 da ficha do meu pai, e voltava feliz para casa com os 10 livros da Vaga-lume para durar um mês.

Acho fundamental esse incentivo, e quando tiver meus filhos farei a mesma coisa.



Clarisse: Organização é muito importante para toda blogueira. Conte para agente como é seu dia e como faz para se organizar.

Julianna: Eu sou muito organizada na ordem de postagem e leitura, mas de resto não tenho uma rotina muito definida. Como trabalho de maneira freelance, uns dias tenho livre outros lotados e o tempo que passo no Lost se adapta a essa rotina. Por isso às vezes parece que fico 24 horas no computador, o que não deixa de ser uma meia verdade =x



Clarisse: O que te motiva a não desistir?

Julianna: A paixão pelo que faço, já decidi há muito tempo que é isso que eu quero fazer da minha vida – ESCREVER. E quando mais eu faço mais vontade eu tenho de fazer mais..



Clarisse: Que pergunta gostaria que lhe fizessem e qual seria sua resposta?

Julianna: Você quer ganhar o livro que você quiser pelo resto de sua vida de graça? Claro!

Você quer uma máquina do tempo para poder ler tudo que deseja e não tem tempo? Aaaaaaa não precisava, é o presente dos meus sonhos hauhauhuah



Clarisse: Em outras entrevistas, você sempre diz que gostaria que o gênero Chick-Lit encontrasse seu espaço no mercado. Acha que isso já aconteceu ou não? E porque?

Julianna: Eu acho que ele vem encontrando, vem crescendo aos poucos, mesmo que boa parte dos leitores não saibam o nome do gênero.



Clarisse: Que recado vc daria para quem é blogueira ou gostaria de se tornar uma?

Julianna: Tenha paciência! Porque no começo você vai ter um trabalhão, ninguém vai te ler ...
Mas apesar de tudo, não desista =O) Porque o retorno é super legal!






Eu adorei! E aproveitando o espaço quero agradecer a Julianna que muito cordialmente aceitou minha proposta para que essa entrevista acontecesse. E realmente ela é muito organizada (fiquei como? pasma!), em menos de 24 horas ela respondeu minhas perguntas.

Obrigada denovo Ju, foi maravilhoso!
E vocês, gostaram?


XOXO,

5 comentários

Julianna Steffens disse...

Lisse! Adorei participar da entrevista!
Obrigada novamente pela oportunidade de falar ainda mais =o*
hauhuah

PS: Realmente eu quero uma maquina do tempo ^^

Nailê disse...

Amei a Entrevista ficou muito boa, vc leva jeito como entrevistadora. Gostei muito de conhecer o blog dela é excelente , já sou seguidora. Beijos Irmã.

Luana Costa disse...

Amei... Adoro ler sobre pessoas simples-normais q conseguem fazer o q gostam.. É uma inspiração para os outros mortais de que com um "pouquinho" de esforço se vai longe e q a felicidad ñ custa caro (bom dependendo de quantos livros vc lê, rsrsr)
Clarisse parabéns...

RêFofura disse...

Amei a entrevista com a Ju, principalmente pra quem tá começando agr, bem incentivadora! *--*
Beijo enormeee :*

Anônimo disse...

A Ju é um amor de pessoa. Adorei a entrevista!