A Campanha Sarah Dessen continua!

Oie pessoas!!

Quem acompanha o blog sabe que está rolando uma super Campanha para que a Editora Record lance os livros da escritora Sarah Dessen aqui no Brasil (confira o post aqui). E hoje eu trouxe uma novidade para vocês.

Graças à essa mesma postagem, eu consegui entrar em contato com pessoas muito queridas que se disponibilizaram em me ajudar nessa campanha. Fiquei muito feliz com isso, pois me fez perceber que existem muitas pessoas legais que se importam. Um blog não existe sozinho, isso não é novidade para ninguém. Existe porque as pessoas participam seguindo o blog, tiram um tempinho para comentar, se tornam assíduas e curtem!

E uma dessas pessoas que eu conheci foi a Dayse. Encontrei a Dayse no Skoob porque ela já tinha lido quase todos os livros da Sarah. E depois de alguns emails, confirmei sua participação aqui no blog. É aí que entra a super novidade de hoje. Todo domingo entrará uma resenha feita por leitoras que encontrei no skoob que já leram Sarah Dessen. Achei muito importante fazer isso porque todos os leitores do Livro... Filme... Música terão a oportunidade de conhecer mais a escritora e o ponto de vista de quem já leu o livro. E fazer com que ao Grupo Editorial Record abra os olhos e veja a escrtitora maravilhosa que eles estão perdendo. Com muito orgulho, digo que as resenhas estão ótimas, e eu estou ansiosa para ver todas as resenhas no ar.

Como vai acontecer: todo domingo vai entrar uma resenha no ar, e com ela o perfil da colaboradora que a escreveu. Como a Sarah Dessen tem 9 livros, serão 9 domingos. Vamos tentar mostrar para vocês o que as editoras estão perdendo em não publicarem os livros dela aqui. E aí gostaram?

Vamos à primeira colaboradora...

"Meu nome é Dayse. Dayse Mara Dantas. Gosto de escrever desde sempre, e aos 13 anos de idade, quando eu comecei a me interessar em escrita como profissão, eu assinava as minhas coisas como Daisy Darling. Daisy, porque esse é jeito certo de escrever Margarida em inglês. E Darling porque o nome inteiro da Wendy de Peter Pan é Wendy Moira Angela Darling. Eu tenho 20 anos agora, e uso só Dayse Dantas mesmo. Ou Dayse D. Ou só Dayse. Mas isso não vem ao caso simplesmente porque você não se importa. E é claro que você não se importa, porque deveria? Eu ainda não fiz nada de extraordinário nesse mundo, você nunca me viu mais gorda, eu nem sou dona ou responsável por nada aqui nesse blog. E para ser sincera, minhas mudanças de humor são tão repentinas e intensas, que é praticamente impossível conviver comigo.

 
Mas vou te contar, você devia MESMO se importar com a uma moça chamada Sarah Dessen. Eu não sei se isso acontece com frequência com vocês, mas têm aquelas pessoas que simplesmente te conquistam por causa do rosto deles. Você olha, e já fica fã, sabe? Foi mais ou menos assim, minha relação com a Sarah Dessen. Tem um filme meio antigo já, com a Mandy Moore, chamado How To Deal. É um filme baseado em dois livros da Sarah. Nos extras do dvd, tem um documentário sobre todo o histórico de literatura Young Adult (desde Jane Austen até os dias de hoje). E eles mostram entrevistas com muitos autores, sendo que um deles é a Sarah, óbvio.

 Eu fiquei fã dela naquele minuto mesmo, quando a mostraram passeando com seus cachorros. Ela tinha opiniões tão firmes, e um jeito de falar tão simples e concreto. Desde então eu acompanhava tudo dela. Blog, myspace, etc. Eu era fã de uma autora sem sequer ter lido um livro dela. Aos poucos eu fui lendo, um de cada vez, e confirmando cada vez mais na minha cabeça que eu tinha razão de gostar tanto da Sarah. Ela escreve com o coração e simplicidade. Coisas comuns e fáceis de se identificar. Até então, meu relacionamento com Young Adult Novels era um dos dois extremos: Autores como Meg Cabot, que escrevia personagens engraçados e cativantes, mas em enredos completamente fora da realidade de uma adolescente normal (por mais que os personagens fossem reais, os enredos sempre foram absurdos, se é que vocês me entendem), ou então autores como Nick McDonell, que escrevem realidades tão difíceis e violentas, que por mais que eu estivesse consciente da verossimilhança que elas têm com a vida real, nunca pareceu algo próximo de mim

Contato:                                          SKOOB                                         TWITTER


Tem um texto que a Sarah Dessen escreveu em 2007 (29 de abril de 2007, para ser mais exata) que fala sobre escrever livros, e compara isso com se apaixonar. É muito bom, e eu decidi traduzir, pra vocês terem um gostinho, de primeira mão, o tanto que a Sarah é boa. Então, sem mais delongas...


Escrevendo um livro (ou, se apaixonar, mais ou menos).


Recentemente, eu anunciei no meu website que eu terminei um rascunho para meu novo livro. De cara, alguém escreveu expressando surpresa: “Você andou escrevendo um novo livro? Mas você não mencionou nada do tipo! Por quê?” 

Bem... Não sei. Principalmente, acho, porque sou neurótica com o que escrevo, e falar sobre isso – especialmente quando não está terminado – me deixa bastante nervosa. Eu sei que existem autores que são completamente confiantes em seus projetos em progresso, planejando direitinho cada capítulo antes de começar, e então progredindo com esse plano fluentemente e sem incidentes, tudo acontecendo como devia. Eu queria ser assim. Eu também queria ter cabelo bom e não ter a tendência de derramar tudo que estou comendo ou bebendo em mim mesma. Mas acho que não se pode ter tudo.

A verdade é que, para mim, escrever é uma bagunça. É também maravilhoso, e propenso a ansiedade, e frustrante, e a única coisa que eu me imagino querendo fazer. Tem seus dias bons, seus dias ótimos, e dias que fazem você querer se esconder debaixo da sua mesa em posição fetal e considerar outras opções de carreira. Mas o melhor dia de todos, por incrível que pareça, é o dia que você começa.

Eu já publiquei sete livros até hoje, e pessoas sempre me perguntam qual é meu preferido. É realmente difícil de escolher, porque eu amo todos por motivos diferentes. Mas a verdade é, meu livro preferido é sempre aquele que estou prestes a começar, porque ele ainda está perfeito. Essa é o estágio de “se apaixonar” no mundo da escrita, quando qualquer coisa e todas as coisas parecem possíveis: eu só estou juntando ideias, e coletando pequenos pedaços de papel, e mal posso esperar pra começar. Se escrever um livro é como um relacionamento, essa é a fase em que você acaba de conhecer alguém, está tendo uma queda daquelas, e cada coisinha nessa pessoa é sexy ou charmosa.
Assim que eu começo o livro, as coisas geralmente vão bem, já que eu estou agitada e empolgada. Isso vai até a página, bem, cem ou algo assim. É por ai que a animação inicial começa a se desgastar e de repente você se dá conta do tanto que você ainda tem que fazer. Se escrever os primeiros capítulos de um livro é como flertar durante café e ótimos encontros, então página 101 é quando você se dá conta que essa pessoa não é exatamente perfeita. Ela não é horrível também: ela só, sabe, deixa roupa jogada no chão, ou então mastigam de boca aberta.
 Mesmo assim, é mais ou menos por aí que vários livros são abandonados. Quando você de repente se dá conta de que você não está subindo as escadas pro seu escritório, animada com que tipo de empolgação escrita você tem a frente, mas em vez disso está se perguntando o que o Dr. Phil vai falar hoje. A rosa não mais te encanta, por assim dizer. Se você insistir na história, porém, você vai se dar conta que você acaba se acostumando com esses ocasionais momentos de dúvida e preocupação: de fato, se é igual a mim, meio que se torna a norma das próximas cem páginas. O que seria bastante desanimador, se não fosse o fato de que toda vez que você chega perto de desistir, você tem um inesperado que-nem-o-capítulo-um tipo de dia, que faz você esquecer todo o resto. Isso é como quando você está tão cansada de pegar as roupas de alguém do chão, ou de ficar ouvindo os lábios dela estalar, que você começa a pensar em ficar solteira de novo. Mas aí essa pessoa te trás flores, e tudo está perdoado. Pelo menos, por um tempinho.

Mas cedo ou mais tarde, porém, vem a gota d’água, e as coisas ficam tensas pra valer. Parece que isso sempre me acontece em Janeiro ou Fevereiro, o que só deixa as coisas piores. De repente, tem coisa demais: personagens demais, muitas histórias secundárias, palavras demais. Você ainda tem muito caminho para andar, o que já é ruim o suficiente, mas para piorar tudo você já odeia todos e tudo na sua história. Você não acredita que você começou isso, você devia está demente, e agora você tem que jogar tudo fora e começar tudo de novo, e só pensar nisso faz seu cérebro doer, como se estivesse para explodir. Isso, gente, é o momento decisivo, quando você realmente começar a levar em consideração se esconder debaixo da mesa. Quando você acorda no meio da noite, coração batendo forte, tentando descobrir como você vai conseguir se livrar dessa bagunça. É nessa época que seus amigos e família começam a recuar, com real medo, pelo jeito que você respondeu quando eles perguntaram casualmente “E aí, como anda o livro?” Nem tente explicar: eles nunca, jamais vão entender.
Então, lá está você, lá pela página, digamos, 220 ou por aí, desolada e desesperada. Em um relacionamento, essa seria a hora de terminar e controlar as perdas, ou ter algum tipo de estouro o qual te convence que, apesar de todos os problemas, você quer continuar pro longo tempo. E escrever, para mim de qualquer maneira, geralmente isso acontece no momento que você está realmente no fundo do poço, quando eu fico pertinho de desistir. Estou exausta, tentei de tudo, não tenho nada sobrando. Eu só fico lá sentada, piscando pra minha tela, sem esperanças, e aí... alguma coisa acontece. Não é uma epifania, nem mesmo uma explosão de inspiração. É só um tipo limpeza de qualquer coisa que esteja no ar, as nuvens estão se desfazendo o suficiente para um pouco de luz entrar. Não é instantâneo, e não significa que será simples daí em diante. Mas as coisas ficam mais fáceis, um pouquinho, e aí, um pouquinho mais.

 Eis a questão sobre esse momento. Você nunca sabe quando vai acontecer, e você não pode manuseá-lo para mais cedo no processo. (Acredite: eu tentei.) Você simplesmente tem que chegar lá, para um ponto muito, muito negro, e começar a subir em direção a luz de novo. E se você tiver sorte – e depois disso tudo, você merece um pouco de sorte, não? – quando você começa, o ritmo aumenta e as coisas começam a encontrar seu lugar. A primeira parte das últimas cem páginas é uma agonia. Mas a segunda pode ser mágica, a medida que você corre para o fim, quase boba de tanto alívio. De repente, você se lembra de tudo que amava nesse livro pra começo de conversa, como você ama os personagens, como aquela metáfora realmente é. É como se apenas passando pelo pior com um livro – ou uma pessoa, para manter a analogia – você consegue atingir o melhor

E então acaba, e você tem um livro. Certo, talvez não um trabalho finalizado, mas um grande, bagunçado rascunho com potencial, e tudo bem com isso. Revisar é como intensificar seus exercícios, e você acabou de enfrentar uma maratona. Você vai ficar bem. E apesar do fato de que algumas semanas antes, você fez votos de que removeria o próprio baço antes de começar um próximo Romance, o mais provável é que em algum momento, você fará precisamente isso, e assim começar todo o processo novamente. Eu queria poder dizer que você vai lembrar disso tudo e não entrar em pânico lá pela pagina 205, mas você vai. É parte do processo. A não ser é claro, que você seja daquele tipo calmo, organizado e realizado de escritor que nunca entra em pânico, ou se esconde debaixo da mesa, ou tem dúvidas loucas e fatais. E sério, qual é a graça disso?

Sarah Dessen

Se você escreve pode muito bem ter se identificado nesse texto. Eu, mais do que tudo, tento lembrar disso quando estou lendo o livro. As vezes eu simplesmente paro e olho a página, e tento imaginar o que a Sarah (ou qualquer outro autor) estava passando no momento que escreveu aquela parte).

Espero que tenham gostado.

Dayse D.

P.S.: Quero os livros da @sarahdessen no Brasil! Eu apoio essa ideia... http://migre.me/1SQMk.


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E aí, o que acharam? Deixem seu comentário tanto para eu - Lisse - ver como também para a autora do texto, minha querida Dayse D. Contamos com a sua participação! Dê RT na frase acima e não esqueça: domingo que vem tem a primeira resenha.

XOXO,

4 comentários

Lisse Cunha disse...

O que eu posso dizer sobre você Dayse? São tantas coisas, não tenho palavras para agradecer! Sua ajuda tem sido muito importante. Ter sonhos em comum faz agente valorizar mais as pessoas e ver que não podemos viver numa bolha achando que somos isso ou aquilo. Vc se tornou uma grande colaboradora e amiga. Obrigada!

O texto ficou incrível e só me ajudou a ver melhor o quanto eu quero os livros da Sarah no Brasil. Ela é simpática, entende do mundo YA e escreve muito bem. Estou louca pelos livros dela, quero todos na minha estante!!!

Beijokas e obrigada novamente! Como vc mesma diz: "Vamos revolucionar!!!"

Da Lisse

Da Lisse

Dayse D. disse...

a, que isso. assim fico até sem jeito ;D
eu que agradeço. faz ANOS que eu quero os livros da Sarah aqui. tomara que isso de certo, né?
*cruza dedos*

Juh Oliveto disse...

Nunca li NA-DA dela. Que vergonha o_o
Mas adorei a ideia dos 9 domingos; acho uma ótima maneira de nos fazer conhecer mais da autora e, quem sabe, conseguir trazê-la para o Brasil! :)

MUITO boa a iniciativa, Lisse!
Parabéns *-*

Beijocas!
Juh Oliveto
Livros & Bolinhos ~

Cíntia Mara disse...

Sinceramente? Nunca ouvi falar dessa autora, hehe. Já tenho taaaantos livros pra ler que nem posso ficar de olho nos lançamentos internacionais - só dos autores que eu já conheço e vicio. Gostei da idéia de trazer resenhas dos livros dela. Assim vocês podem nos deixar curiosos e mais gente vai aderir, hehe.

Adorei a resenha! Dá pra perceber o quanto a Daisy é apaixonada pela Sarah Dessen! Não sei por que, mas ela me lembrou um pouco da Ann Brashares, autora da série A Irmandade das Calças Viajantes, que eu AMO muito :)

Bjos